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Candidato Ventura carregou na vitimização e ensaiou discurso evangélico em Leiria

Acenando à janela da sede distrital, André Ventura ouviu insultos como “palhaço, palhaço, palhaço!”.

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Candidato na sede distrital do Chega
Foto: Campanha presidencial de André Ventura, em Leiria / DR

O candidato presidencial do Chega voltou esta quarta-feira a vitimizar-se pelas constantes manifestações de minorias étnicas e ativistas antifascistas (“antifas”) em resposta ao seu discurso extremado e comparou-se com um pastor evangélico, num comício debaixo de chuva, em Leira.

“A chuva que cai hoje do céu é sinal de que somos, estamos e continuaremos abençoados e no caminho certo”, afirmou, num camião-palco, enquanto a depressão Gaetan trazia rajadas de vento e muita precipitação.

Ao redor, algumas dezenas de apoiantes com bandeiras, outros tantos “antifas” e cidadãos portugueses de etnia cigana e, no meio, um contingente semelhante da PSP.

“Estas eleições tornaram-se a eleição do Bem contra o Mal, dos portugueses de bem contra a minoria que pretende impor-nos as suas regras, a eleição dos portugueses que trabalham e pagam impostos e sentem, há 46 anos, que tudo é dado a alguns e tudo é tirado a quem contribui para Portugal”, dramatizou.

Sempre muito performativo para as câmaras de televisão, o líder do partido da extrema-direita parlamentar subira antes à sede distrital, inaugurada esta quarta-feira, assomando-se depois à janela para acenar, embora ouvisse insultos como “palhaço, palhaço, palhaço!”.

“À medida que gritam pelo país todo país – ‘racista’ e ‘fascista’ -, os subsídio-dependentes levarão de nós o mesmo ‘cartão vermelho’ que daremos a Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes”, declarou.

O líder nacional-populista respondeu diretamente a um cartaz que o mandava ir para a terra dele, enquanto a maior parte das pessoas estavam abrigadas do temporal nas galerias do desativado hotel D. João III, com vista para o castelo da Cidade do Lis.

“A minha terra é Portugal porque é este país que eu amo e quero salvar. Não nos peçam para sermos mais moderados ou fofinhos porque estamos cansados de tanta destruição em Portugal”, enfatizou, mobilizando um coro de buzinas de automóveis da sua caravana.

A comitiva do Chega rumou depois, com as barulhentas buzinas e a instalação sonora no máximo até ao Mosteiro da Batalha para homenagear o Soldado Desconhecido.

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