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Cinema

Caótico e imprevisível – Ruído Branco

O argumento é desordenado, os diálogos são forçados e a cinematografia cruza géneros, deixando-nos um filme colorido e vibrante, mas confuso.

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Foto: Ruído Branco / Cr. Wilson Webb / Netflix

Título: Ruído Branco
Realizador: Noah Baumbach
Ano: 2022
Classificação Notícias de Leiria: 6/10 brisas do lis


Quando um acidente provoca a formação de uma gigantesca nuvem tóxica, a população da região é forçada a abandonar as suas casas, para evitar a contaminação.

Entre eles estão Jack (Adam Driver), Babette (Greta Gerwig) e os seus quatro filhos, uma família americana da classe média, com mais segredos do que aparenta à primeira vista. Esta situação limite traz à tona os piores medos dos protagonistas, expondo-os à incerteza do mundo, no qual tentam sobreviver.

Baseada no romance de Don DeLillo, a produção da Netflix é muito diferente dos trabalhos anteriores de Noah Baumbach. O argumento é desordenado, os diálogos são forçados e a cinematografia cruza géneros, deixando-nos um filme colorido e vibrante, mas confuso, sem certezas quanto às suas motivações e objetivos.

Nesta colagem de diferentes estilos numa só produção, o que se torna bem claro é a sátira aos media e à estratificação da sociedade. A representação de Adam Driver, na pele de um professor catedrático especializado em Adolf Hitler, que atinge o estatuto de um semideus, é um dos pontos altos da longa-metragem, misturando a crítica e o humor.

Perante a irrealidade, o exagero e a comédia negra, o espetador pode perder o equilíbrio, sem saber como reagir ao que virá a seguir, ou aceitar a imprevisibilidade do enredo e deixar-se levar pela viagem.

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