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Cinco arguidos de gangue do multibanco condenados a penas entre nove e 17 anos

A ação do grupo acabou quando, após um furto em Torres Novas, ao chegarem ao armazém de Alcobaça com o dinheiro, foram intercetados pela PJ e GNR.

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Prisão Arame farpado
Foto: Pixabay

Cinco dos 13 arguidos acusados de terem furtado mais de dois milhões de euros a ataques a multibancos foram hoje condenados em Coimbra a penas de prisão efetiva entre os nove anos e meio e os 17 anos, sete outros foram absolvidos e um foi condenado a pena suspensa.

Dos cinco – que já estavam presos preventivamente -, dois foram condenados a 17 anos, um a 14 anos, outro a 10 e outro a nove anos e meio.

O Tribunal de Coimbra leu hoje a sentença a 13 arguidos suspeitos de terem furtado mais de dois milhões de euros em ataques a pelo menos 87 caixas multibanco em todo o país.

A leitura de sentença decorreu no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, depois de grande parte do julgamento ter decorrido na Faculdade de Direito, devido à pandemia da covid-19, de forma a assegurar o distanciamento físico entre arguidos, advogados, assistentes e juízes.

Na leitura do acórdão, o juiz-presidente Miguel Veiga afirmou, em relação aos cinco arguidos condenados a prisão efetiva, que o tribunal “conseguiu perceber que há três patamares diferentes” da sua intervenção nos ataques às caixas multibanco, num caso que resultou num “conjunto de factos graves, com perdas e prejuízos enormes”.

O magistrado apontou os dois homens condenados a 17 anos em cumulo jurídico como aqueles “que estão mais ligados” aos ataques às caixas multibanco.

Num segundo patamar, o tribunal colocou o arguido condenado a 14 anos de cadeia e no terceiro patamar os restantes dois arguidos “com uma participação menor”, mas presentes no ataque “mais grave”, a um posto de combustível de Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra, em que foram ameaçados o funcionário e clientes.

Sobre o crime de associação criminosa, Miguel Veiga considerou que ele “não foi demonstrado”, nomeadamente “quem mandava, quem ficava com o dinheiro e como era distribuído”.

“Aos outros [oito arguidos] que não a estes cinco [condenados a prisão efetiva] nem se percebe essa imputação”, argumentou o juiz.

No final da sessão – que decorreu sob fortes medidas de segurança mas sem qualquer incidente – Paulo Santos, advogado de um dos arguidos condenado a 17 anos de prisão, falou do “entusiasmo investigatório” que, na sua opinião, existiu neste processo, argumentando que, dos cerca de “100 crimes que vieram na acusação, provaram-se 30”.

Os 13 arguidos eram acusados pelo Ministério Público de pertencerem a um grupo que terá feito mais de 80 furtos entre setembro de 2016 e dezembro de 2017.

Os assaltos decorreram em diversos distritos, como Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Leiria, Coimbra, Porto e Braga, numa ação que recorria a explosões para assaltar os terminais de multibanco, refere a acusação, a que a agência Lusa teve acesso.

A ação do grupo acabou quando, após um furto em Torres Novas, ao chegarem ao armazém de Alcobaça com o dinheiro, foram intercetados por elementos da PJ e da GNR, que acabaram por detê-los.

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