Comboio para a liberdade – A Estrada Subterrânea

Título: A Estrada Subterrânea
Realizador: Barry Jenkins
Ano: 2021
Classificação Notícias de Leiria: 10/10 brisas do lis

Cora (Thuso Mbedu) é uma jovem mulher, escravizada numa plantação de algodão da Geórgia. Caesar (Aaron Pierre), também escravo, não consegue suportar mais as condições em que vive e convence-a a fugir com ele, apesar dos perigos que terão de enfrentar. Num estado de terror permanente e perseguida pelo caçador de escravos Ridgeway (Joel Edgerton) e pelo seu fiel parceiro Homer (Chase Dillon), Cora vai ultrapassando inúmeras dificuldades e percorrendo vários estados norte-americanos no seu caminho para alcançar a liberdade.

A minissérie de dez episódios mistura a história da escravatura nos Estados Unidos, com a fantasia de um comboio subterrâneo, que funciona como metáfora para uma rede secreta de pessoas e casas seguras. Esta rede existiu na realidade e ajudava negros que procuravam escapar de um destino terrível e chegar a estados mais progressistas. O surrealismo está presente na produção através sonhos, pesadelos e da imaginação das personagens, como fuga à realidade cruel e traumática.

Esta é uma extraordinária produção da Amazon Prime, com um ritmo mais lento do que o habitual, que é totalmente compensado pela complexidade visual e pela carga emocional que transmite. Em todas as cenas é perceptível um enorme e cuidadoso trabalho com a composição, iluminação, cenário e guarda-roupa. As interpretações são de cortar a respiração e a realização é de Barry Jenkins, produtor e realizador galardoado com um Óscar e reconhecido por longas-metragens como Moonlight (2016) e Se Esta Rua Falasse (If Beale Street Could Talk, 2018).

A Estrada Subterrânea (The Underground Railroad) ganhou o Globo de Ouro para Melhor Minissérie e foi nomeada para sete Emmys, estando ao nível de uma grande produção cinematográfica.