Cinema
David contra Golias – Verdade Envenenada
Baseada em factos reais, esta longa-metragem tem um caráter ativista, não só ambiental, como principalmente humanitário.

Título: Dark Waters – Verdade Envenenada
Realização: Todd Haynes
Ano: 2019
Classificação IMDB: 7.6
Provavelmente já ouviu falar das milagrosas frigideiras antiaderentes que, devido ao seu revestimento a Teflon, não permitem que a comida agarre ao fundo, mesmo sem a utilização de qualquer gordura.
Provavelmente também terá ouvido, de forma algo vaga, que este revestimento poderia prejudicar a sua saúde. Depois de Dark Waters, o mito ganha perspetiva e uma forma muito real.
Robert Bilott (Mark Ruffalo) é advogado de defesa empresarial que, depois de alguma resistência, passa para o outro lado da barricada. Bilott dedica-se incansalvemente e até em detrimento da sua vida pessoal e da sua integridade física ao caso de Parkersburg, onde a água (e, possivelmente, o solo e o ar) foi contaminada pela DuPont, a gigante da indústria química.
Depois de perceber que a DuPont agiu com perfeito conhecimento de que estava a envenenar a população, Bilott inicia uma cruzada que dura anos e anos, entre tribunais e laboratórios, para conseguir responsabilizar devidamente a empresa.
Baseada em factos reais, esta longa-metragem tem um caráter ativista, não só ambiental, como principalmente humanitário, recordando que somos nós os principais afetados pela destruição do meio-ambiente. A estética é quase sempre em tons muito frios, remetendo para a poluição e para a dureza e desumanização da máquina corporativa.
Com um arrepio na espinha, ficamos a saber que as empresas que lucram com este tipo de produtos se autorregulam, abrindo possibilidade ilimitadas para o desenvolvimento e disseminação de todo o tipo de químicos prejudiciais ao ser humano e ao Planeta Terra.
Em Dark Waters, não temos dificuldade em encontrar o “mau da fita”. O maior problema é lidar com a impunidade e impotência, que Ruffalo nos faz sentir na pele.
Veja aqui o trailer:
