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Cinema

Do outro lado da barricada – A Oeste Nada de Novo

A longa-metragem destaca-se pela extraordinária cinematografia, pela brilhante sonoplastia e por apresentar o ponto de vista da fação contrária: os invasores, os carniceiros, os derrotados.

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Foto: Fime A Oeste Nada de Novo / Netflix

Título: A Oeste Nada de Novo
Realizador: Edward Berger
Ano: 2022
Classificação Notícias de Leiria: 8/10 brisas do lis


Alemanha. I Guerra Mundial. Na frente ocidental, os soldados matam e morrem aos milhares, na defesa de poucos metros de terreno. Na aterrorizante guerra das trincheiras, luta-se pela sobrevivência, corpo a corpo e até ao último homem, por entre a lama, as ratazanas e os cadáveres de companheiros e inimigos, em repouso lado a lado. Alheada da brutal realidade, a juventude alemã acorre a alistar-se, enamorada pelas falsas verdades e em busca de uma glória que tarda em chegar. Paul Bäumer (Felix Kammerer) é um desses jovens, sedento de provar o seu valor e a sua coragem ao mundo, aos seus pares e à amada pátria. Este é o relato da sua descida ao inferno na terra.

Eis que começa a época dos Óscares, com a estreia do favorito à estatueta de Melhor Filme Internacional de 2022. A produção da Netflix reporta um autêntico pesadelo, um terror inimaginável e sem sentido, no qual não há oportunidade para análises filosóficas ou repreensões morais, sobre o bem e o mal, o certo e o errado.

A Oeste Nada de Novo (Im Westen nichts Neues), baseado no romance homónimo de Erich Maria Remarque, é uma nova adaptação do épico de Lewis Milestone, que recebeu os Óscares de Melhor Filme e Melhor Realização, em 1930. A longa-metragem destaca-se pela extraordinária cinematografia, pela brilhante sonoplastia e por apresentar o ponto de vista da fação contrária: os invasores, os carniceiros, os derrotados. São rótulos difíceis de fazer cair e que se perpetuam na sociedade alemã, de geração em geração.

Paul é um adolescente ingénuo, atraído pela promessa de honra, sem noção da crueldade que iria enfrentar, como tantos jovens ingleses, franceses, americanos… A diferença entre eles é que Paul nasceu do outro lado da barricada, o lado que perdeu mais.

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