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Leiria foi o quinto distrito com mais queixas sobre abusos sexuais de crianças na Igreja Católica

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022.

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Foto: Velas / Pixabay


Leiria foi o quinto distrito com mais queixas sobre abusos sexuais de crianças na Igreja Católica denunciados à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

“Há casos em todos os distritos”, revelou o coordenador da Comissão Pedro Strecht, esta manhã, especificando que Lisboa, Porto, Braga, Santarém e Leiria são os cinco distritos com mais casos, por ordem decrescente.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou o coordenador Pedro Strecht.

Na apresentação do relatório final, que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Pedro Strecht afirmou que “será difícil que, a partir de agora, tudo fique igual” em relação aos abusos sexuais cometidos contra crianças no seio da igreja, em Portugal.

Revelou que a comissão validou 512 testemunhos de 564 recebidos no total, um número que permite chegar a um número total de vítimas mais extenso e que é de 4.815 crianças, tendo Pedro Strecht mencionado que “não é possível quantificar o número total de crianças vítimas”, uma vez que o contacto com a comissão era voluntário.

Referiu que a média de idade atual das vítimas é de 52 anos, “mais baixa do que noutras comissões” e que em 20% dos casos as pessoas têm hoje cerca de 40 anos.

Segundo Pedro Strecht, a maior parte das vítimas são do sexo masculino (52%), em 32% dos casos têm grau de literacia ao nível da literatura e, à época dos abusos, “eram todos estudantes do primeiro e segundo ciclo”.

Acrescentou ainda que os abusos aconteceram sobretudo, e também por ordem decrescente, em seminários, colégios internos, confessionários, sacristia ou a casa do padre, havendo igualmente registo de casos no seio dos agrupamentos de escuteiros.

“Nos testemunhos estão incluídos todos os crimes previstos na Lei Penal portuguesa”, referiu, sublinhando que predominam os abusos continuados.

Em quase metade do total dos casos (48%), as vítimas só revelaram pela primeira vez os abusos de que sofreram quando contactaram a comissão pela primeira vez.

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