Sociedade
Leiria mobiliza 600 voluntários para produção de 200 mil máscaras
As máscaras destinam-se a 60 lares e instituições privadas de solidariedade social (IPSS) do concelho.

Seis centenas de pessoas estão a produzir 200 mil máscaras de proteção pessoal em Leiria, numa resposta à campanha de voluntariado lançada pelo município para reagir às necessidades provocadas pela pandemia da covid-19.
A resposta foi clara: rapidamente o número de voluntários chegou aos 600 e a organização de “Costurar com o coração” teve de encerrar as inscrições, num grupo agora formado com costureiros e costureiras profissionais e amadores de Leiria, mas também de outros pontos do distrito, desde Pombal, Batalha, Porto de Mós, Mira de Aire, Marinha Grande, ou até de Lisboa e do Porto.
Na cidade de Leiria, Isabel Ribeiro, 42 anos, estava à espera de uma iniciativa como “Costurar com o coração”. Tem, com o marido, uma empresa de bordados e sempre trabalhou com máquina de costura, requisito para aderir à campanha. Isabel queria fazer máscaras mas, face às opiniões de profissionais de saúde que foi vendo nas notícias, não sabia se as devia fazer com tecido normal ou não.
“Aguardei um pouco e quando surgiu esta iniciativa da Câmara de Leiria voluntariei-me”, explica à agência Lusa.
O contributo é “humilde”, no meio de tudo o que está a ser feito. Solicitaram-lhe 200 unidades, mas “se pedirem para fazer mais”, fará.
As suas máscaras são feitas “depois do horário normal de expediente” e Isabel sabe que se destinam a lares e IPSS. “Não estou à espera de saber para quem são ou receber algum agradecimento. É para pessoas que precisam, faz-se”. Para ela, o verdadeiro e generoso contributo vem de médicos e enfermeiros. “Eu estou a fazer o que posso”.
O presidente da Câmara de Leiria ficou “verdadeiramente sensibilizado” com a resposta a “Costurar com o coração”. Para Gonçalo Lopes, a “adesão extraordinária” é mais um exemplo das “repetidas provas de grande espírito de união, responsabilidade e solidariedade dos leirienses”.
As máscaras já começaram a ser produzidas e destinam-se a 60 lares e instituições privadas de solidariedade social (IPSS) do concelho. Numa primeira fase, estão mobilizados 500 dos 600 voluntários, por uma questão de facilidade de distribuição da matéria-prima, acrescenta a Câmara de Leiria.
O município disponibiliza a matéria-prima aos costureiros: ao todo, serão usados 90 km de elástico, 30 km de arame e milhares de metros quadrados de TNT (tecido não tecido).
