Cinema
Nada faz parar uma mulher com um objetivo – Gambito de Dama
“Baseada no livro de Walter Tevis, esta adaptação da Netflix merece nota máxima pela belíssima cinematografia e pela cor subtil e harmoniosa, realçando os tons neutros”.

Título: Gambito de Dama
Criadores: Scott Frank e Allan Scott
Ano: 2020
Classificação Notícias de Leiria: 8/10 brisas do lis
Beth Harmon (Anya Taylor-Joy) fica órfã aos nove anos, na América dos anos 60. É na instituição que a acolhe que descobre o seu talento para o xadrez, um talento que se torna uma paixão e que irá levá-la às maiores competições mundiais.
Baseada no livro de Walter Tevis, esta adaptação da Netflix merece nota máxima pela belíssima cinematografia e pela cor subtil e harmoniosa, realçando os tons neutros. A maquilhagem pormenorizada e o guarda-roupa luxuoso refletem a evolução da personagem, representando fielmente a época.
O que torna o xadrez tão emocionante e interessante para tantas pessoas hoje? Nada. Não é o xadrez, mas sim a personagem de Anya Taylor-Joy que cria essa atração. É a sua jornada solitária que queremos acompanhar. Todas as suas quedas e vitórias, o seu génio e a sua loucura… O xadrez é apenas um veículo, através do qual ela completa o seu destino.
No final, acontece o aguardado jogo contra o campeão russo, com uma atmosfera a faz lembrar o combate de Rocky Balboa contra Ivan Drago, com a americana a triunfar sobre a máquina fria e poderosa da União Soviética, resultando numa efusiva apoteose. Esta vitória é ainda mais expressiva depois de todas as dificuldades que Beth teve de ultrapassar, sempre de forma independente, confiante nas suas capacidades e sem medo de arriscar ou de parecer demasiado ambiciosa aos olhos do mundo. Beth é humana, as suas imperfeições tornam-na real e a minissérie dá-lhe espaço para o mostrar e dá-nos tempo para nos deixarmos arrebatar por ela.
Veja aqui o trailer:
