No Colégio Rainha D. Leonor os telemóveis ficam à porta

O Colégio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, proibiu os telemóveis no recinto escolar como forma de “voltar a dar vida aos recreios”.

Ao Notícias de Leiria, Sandra Santos, da Direção Pedagógica do Colégio, explica que “mesmo em dias de sol, em vez de brincarem no exterior, os alunos estavam “presos” ao telemóvel”.

Além disso, considera que “alguns jogos e redes sociais começavam a afetar a forma como se relacionavam”. Justifica que “está provado que, do ponto de vista de maturidade neurológica, os pré-adolescentes não estão preparados para as distrações/estímulos e as tentações inerentes às redes sociais”.

As horas de almoço eram usadas para ver vídeos, conta, “alguns alunos tiravam o telemóvel, colocavam em cima do tabuleiro e viam vídeos, o que do ponto de vista de desenvolvimento pessoal e interpessoal nos parecia errado”.

Foto: Facebook Escola Rainha D. Leonor

Com o objetivo de voltar a dar vida aos recreios, a direção decidiu criar um regulamento específico, que foi dado a conhecer a encarregados de educação e alunos e que faz parte do Estatuto do Aluno, desde o início deste ano letivo.

Segundo Sandra Santos, “a mensagem foi bem passada, porque não nos limitámos a proibir, explicámos a razão e explicámos os benefícios. Hoje há alunos e pais que reconhecem que a medida foi muito boa e reconhecem que não precisam do telemóvel na escola”.

Passados três meses, a Diretora Pedagógica do Colégio Rainha Dona Leonor, explica que “os intervalos mudaram radicalmente: vemos alunos a saltarem à corda, a jogarem à bola, a jogarem às cartas, etc. No refeitório os alunos conversam enquanto almoçam”.

No futuro, o objetivo passa que os próprios alunos recorram a outras formas de convívio, fora do horário letivo.

E caso os dispositivos sejam levados para a escola, devem ser desligados e colocados à entrada da sala de aula, numa bolsa correspondente a cada aluno. No refeitório a utilização também é proibida.

As comunicações com o exterior devem ser feitas através da secretaria da escola. Os aparelhos apenas podem usados, caso o docente responsável autorize para propósitos didáticos.