Cinema
Novas tendências e inclusividade – Óscares 2023
A diversidade é uma das metas e quebraram-se barreiras, com Michelle Yeoh a ser a primeira asiática a receber o estatueta dourada de Melhor Atriz.

Este ano os membros da academia não deixaram margem para dúvidas: o mundo está a mudar e os Óscares não querem ficar para trás. Os “tradicionais” vencedores estão a dar lugar a filmes mais arrojados e que chegam aos corações dos espetadores. A diversidade é uma das metas e quebraram-se barreiras, com Michelle Yeoh a ser a primeira asiática a receber o estatueta dourada de Melhor Atriz.
Destacamos aqui os dois grandes galardoados da noite, recordando o que dissemos sobre eles.
Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo: Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Argumento Original, Melhor Atriz, Melhor Ator Secundário, Melhor Atriz Secundária e Melhor Montagem.
Apesar de estar incrivelmente bem produzido, Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo não se leva demasiado a sério, abraçando uma vertente pateta que o torna num dos filmes mais divertidos e hilariantes da temporada. Do caótico ao comovente, nada para a produção maximalista dos “Daniels”, que estabelece um ponto de viragem para um cinema mais atual, dinâmico e vertiginoso.
A longa-metragem apresenta uma fórmula conhecida e um tema profundo e sentimental, num embrulho original, impactante e visualmente brilhante. Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo consegue incorporar a confusão e rapidez do mundo em que vivemos, contando uma história de aceitação e libertação do peso de uma realidade frenética, para nos focarmos no que é verdadeiramente importante.
A Oeste Nada de Novo: Melhor Filme Internacional, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Música Original.
A produção da Netflix reporta um autêntico pesadelo, um terror inimaginável e sem sentido, no qual não há oportunidade para análises filosóficas ou repreensões morais, sobre o bem e o mal, o certo e o errado. A longa-metragem destaca-se pela extraordinária cinematografia, pela brilhante sonoplastia e por apresentar o ponto de vista da fação contrária: os invasores, os carniceiros, os derrotados. São rótulos difíceis de fazer cair e que se perpetuam na sociedade alemã, de geração em geração.
Paul é um adolescente ingénuo, atraído pela promessa de honra, sem noção da crueldade que iria enfrentar, como tantos jovens ingleses, franceses, americanos… A diferença entre eles é que Paul nasceu do outro lado da barricada, o lado que perdeu mais.
