Cinema
O chick flick deste outono – Raparigas Rebeldes de Paradise Hills
“As cenas de luta e perseguição, que antecedem o clímax da longa-metragem, têm um ritmo lento e tornam-se aborrecidas e previsíveis”.

Título: Raparigas Rebeldes de Paradise Hills
Realização: Alice Waddington
Ano: 2019
Classificação IMDB: 6.1
A um grupo de adolescentes rebeldes, cada uma com as suas caraterísticas distintivas em evidência, junta-se um pouco de ficção científica e o que temos é um chick flick estilizado.
Uma (Emma Roberts) recusa casar com o pretendente rico que a sua mãe prefere, mas continua à espera que o príncipe encantado a salve. Por ser desobediente, é enviada para uma espécie de campo de férias, reconhecido por conseguir “tratar” casos difíceis.
Este aspeto faz-nos lembrar notícias recentes, sobre campos americanos para conversão de adolescentes homossexuais. Apesar de existir apenas num mundo distópico, o que acontece nesta instituição é sombrio e encoberto pelas várias figuras de autoridade, à semelhança dos campos de conversão reais.
Os efeitos especiais não são particularmente credíveis; os cenários e o guarda-roupa são demasiado artificiais, podendo ser interpretados como uma metáfora para a superficialidade de uma sociedade, na qual as aparências são mais importantes do que a realidade e tudo é um construído e ficcional.
As cenas de luta e perseguição, que antecedem o clímax da longa-metragem, têm um ritmo lento e tornam-se aborrecidas e previsíveis.
A linha narrativa da demonização dos adultos (principalmente de figuras maternas) já é uma receita com sucesso comprovado, mas também um subterfúgio fácil.
No entanto, a mensagem de Raparigas Rebeldes de Paradise Hills é relevante para o seu público-alvo e esta forma de a transmitir, mais aperfeiçoada e complexa visualmente, reflete as exigências de uma nova geração de jovens espetadores.
Veja aqui o trailer:
