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“Ópera na Prisão” leva 16 reclusos ao palco do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria

Em janeiro de 2020, o projeto leva a encenação teatral criada na residência artística à Fundação Gulbenkian, que financia a intervenção através do PARTIS.

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Ópera na Prisão SAMP
Foto: Joaquim Dâmaso | Facebook Samp Pousos

Dezasseis reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (EPL-J) mostram sábado, no palco do Teatro José Lúcio da Silva, o resultado de três residências artísticas desenvolvidas no último ano na prisão, de acordo com a Lusa.

“Così fan tutte: da Coda ao Final Beat” inclui dança, teatro, audiovisual e árias de ópera, e faz parte de “Ópera na Prisão/Pavilhão Mozart”, lançado em 2016 pela Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) com o objetivo de baixar os níveis de reincidência criminal entre jovens reclusos.

Esta semana decorrem os últimos preparativos para o momento mais esperado: a saída dos reclusos da cadeia para revelarem ao público o que têm feito.

“Aqui estamos num buraco. Com isto temos um objetivo e não podemos fazer asneira, senão tiram-nos”, conta à agência Lusa Mathieu Pinto, 28 anos, que está no projeto desde 2014, quando “Ópera na Prisão” arrancou.

Homem do rap francês, Mathieu assume-se rendido ao desafio nascido da ópera: “É um incentivo. Transmite-nos responsabilidade. Se não formos responsáveis, vai tudo abaixo”. Por outro lado, chegar a palco mostra algo: Mostra “aos responsáveis que conseguimos fazer coisas que importam. Fazer isto valoriza-nos”.

Entre o coro, Jefferson Sá, 19 anos, faz o segundo ensaio de ópera. “É difícil não sabendo a letra nem italiano!”, desabafa.

Participou nas residências de teatro e audiovisual e também se surpreendeu com a ópera, que só conheceu agora. “Ensinou-me a ter paciência e a perceber que, com trabalho, se conseguem resultados. Enriqueceu-me enquanto homem”.

Os resultados são evidentes, frisa o coordenador do projeto, David Ramy, porque é “qualquer coisa que durante dois anos te anos obriga, semanalmente, a sentar frente a uma partitura, a seguir as mãos de alguém que comanda, a ter a responsabilidade de decorar uma letra em italiano”. E “com isso ganhas uma disciplina que não tinhas. Isso refletiu-se no Pavilhão Mozart”.

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