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Profissionais de saúde criam comissão contra futura Unidade Local de Saúde da Região de Leiria

O processo de criação da “ULS da Região de Leiria, E.P.E.” decorre de uma deliberação emanada pelo novo Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde no dia 9 de dezembro de 2022.

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Médico Saúde
Foto: Médico / Pixabay

Um grupo de profissionais de saúde avançou no dia 2 de fevereiro com a constituição de uma Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) contra a Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria.

Em comunicado enviado às redações, criticam a forma como o processo nasceu e como está a ser desenvolvido, nomeadamente sem a auscultação dos profissionais envolvidos.

Como primeiros passos, a Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários indica contactos para sensibilizar as populações e autarcas dos concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Ourém, Pombal e Porto de Mós, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e Ministério da Saúde.

Há também já um abaixo-assinado a circular com, até ao momento, o apoio de 352 profissionais dos CSP (médicos, enfermeiros, secretários clínicos, técnicos de saúde, terapeutas, entre outros profissionais).

Para a Comissão a ULS é um “modelo de integração vertical de cuidados de saúde que não serve os utentes, não havendo qualquer tipo de trabalho que evidencie os ganhos de saúde que são teorizados”.

Esta Comissão nasce da frustração que nós, enquanto profissionais de saúde de proximidade das populações, sentimos perante um processo em que, em momento algum, não fomos ouvidos, nem foram consideradas as nossas legítimas preocupações e justificadas reservas em relação ao modelo ULS proposto pela DE do SNS”, acrescenta o comunicado.

Além da não participação no processo, a Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários aponta ainda a falta de estudos que demonstrem que as ULS sejam mais eficientes.

A Comissão defende mesmo que os vários trabalhos disponíveis, de entidades diversas e independentes, apontam no sentido oposto: “aumento global do número de reclamações; aumento do número de urgências; aumento dos custos com medicamentos e produtos farmacêuticos em internamento; aumento no número de hospitalizações desnecessárias; estagnação do tempo médio de espera para acesso a cirurgias programadas”, entre outras.

Outro ponto defendido pela Comissão está relacionado com o pouco tempo que foi dedicado à elaboração de um plano de negócios, cerca de 10 semanas.

“A disponibilidade de tempo para discussão e reflexão conjunta é, necessariamente, limitada. Além disto, assistiu-­se a uma alteração súbita da composição do grupo de trabalho responsável pela elaboração do plano de negócios da ULS, devido à saída dos cinco concelhos do norte do distrito e o envolvimento de outros três concelhos (Alcobaça, Nazaré e Ourém), de Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e Administração Regional de Saúde (ARS) distintas, com formas de trabalhar diferentes, acrescendo ainda mais complexidade ao processo”, refere a Comissão.

Por fim, realça a Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários contra a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, a não concretização do novo Estatuto do SNS, que “deveria reforçar a proximidade e a descentralização, nomeadamente a nível dos CSP, com reforço da autonomia dos ACES”.

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