Autárquicas 2021
PSD questiona permanência de candidato à Câmara de Alcobaça à frente do CDOS de Leiria
A escolha de Carlos Guerra para encabeçar a lista do Partido Socialista foi anunciada em março pela concelhia de Alcobaça.

Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Leiria questionaram hoje o Governo sobre a manutenção do atual comandante distrital de operações de socorro, pondo em causa a sua disponibilidade para o cargo dado ser candidato às eleições autárquicas.
Numa pergunta dirigida ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, os deputados social-democratas questionam se o governante “assume a responsabilidade se algo correr mal no Comando Operacional Distrital da Operações de Socorro (CDOS) do distrito de Leiria, decorrente da falta de disponibilidade do seu comandante [Carlos Guerra] para o exercício do cargo”, dado o mesmo liderar a candidatura socialista à Câmara de Alcobaça nas próximas eleições autárquicas.
Na pergunta, os deputados afirmam que o distrito de Leiria “tem sido muito fustigado por incêndios ao longo dos anos”, recordando “os dramáticos incêndios de 2017 que ceifaram vidas e devastaram o território”, para defender que, numa altura em que se avizinha a época crítica dos incêndios, todos devem estar “alerta, atentos e preparados”, de forma “a evitar uma nova tragédia”.
O empenho da Proteção Civil “é essencial para a obtenção desse objetivo”, consideram os deputados eleitos por Leiria, para quem o comandante distrital deve “estar dedicado, e em prontidão, a cem por cento para comandar o serviço, não devendo ter atividades que possam desviar a sua atenção e a ação da sua função de comandante operacional”.
Apesar de “incentivar e respeitar” a participação cívica, os autores da pergunta assumem-se “muito preocupados” com o facto de Carlos Guerra ser o candidato à Câmara de Alcobaça e com “as consequências que daí possam advir para o normal funcionamento do serviço” aquando do pico de atividade.
Sem colocar em causa que o comandante e candidato “possa até estar de corpo e alma na sua missão de proteção civil”, os social-democratas consideram, no entanto, que “será humanamente impossível conseguir com eficácia e eficiência fazê-lo, visto que será exatamente nesse período que irá dividir a sua atividade com a campanha eleitoral”, podendo esta última “comprometer o seu empenho e dedicação, que deveriam ser em exclusividade ao comando operacional distrital”.
Assim, os deputados querem saber se o ministro assume a responsabilidade “se voltarem a existir situações idênticas às do passado recente e o comando não tiver a capacidade de resposta instalada necessária”.
Carlos Guerra tem 62 anos e foi vereador na Câmara de Alcobaça entre os anos de 2001 e 2005. A Lusa tentou, sem sucesso, contactar o comandante distrital de operações de socorro e candidato, sem sucesso.
