Cultura
Reportagem: “7 histórias à sombra do cajueiro” encerrou o Encontro Internacional de Contadores de Histórias
O 4º “Encontro Internacional de Contadores de Contadores de Histórias” trouxe a Leiria seis contadores de histórias da Argentina, Brasil, Itália e Portugal.

“7 histórias à sombra do cajueiro.” O filme documentário marcou o encerramento do evento, nas instalações do teatro “O Nariz”, na noite do passado sábado, dia 8 de fevereiro, a que se seguiu um debate em que participaram a brasileira Tãmara Bezerra, autora do documentário, o dramaturgo Luís Mourão, a investigadora Cristina Nobre e a animadora Cultural Patrícia Martins.
Foi à meia luz, em ambiente familiar na pequena sala de teatro, situada num beco do outro lado da estrada, perto da Igreja de St. Agostinho e do Museu de Leiria, que falámos com Vitória Condeço, da direção do grupo de teatro leiriense “O Nariz”.
“Combater a iliteracia. Desenvolver a linguagem e personalidade. O objetivo é a motivação e desenvolvimento da escrita e oralidade, espírito crítico à cerca do mundo que nos rodeia, tradições e encontro de culturas com outros países” lembrou Vitória Condeço.

Foto: Teatro O Nariz | DR
Segundo a informação avançada em comunicado de imprensa ao Notícias de Leiria, o “Encontro Internacional de Contadores de Contadores de Histórias”, que teve a 1ª edição em 2017, é organizado uma vez por ano, ocorreu este ano de três a oito de fevereiro, trouxe a Leiria seis contadores de histórias da Argentina, Brasil, Itália e Portugal, passou pelas escolas dos municípios de Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Porto de Mós e Torres Novas e na sexta feira, dia sete de fevereiro, também com uma sessão pública na Biblioteca Afonso Lopes Vieira em Leiria.
“Acho bom. Tinha ouvido falar. Estas iniciativas são positivas pela distração e cultura e Leiria tem uma boa oferta cultural. Vim porque vi o anúncio nas redes sociais” confessou ao Notícias de Leiria um homem de 43 anos, de Leiria, antes da apresentação do documentário de Tãmara Bezerra.
Após a apresentação do filme, já durante o debate, a académica e investigadora brasileira disse às cerca de duas dezenas de presentes na sala que, “narrar e ouvir é uma comunhão de almas e histórias que passam gerações.”
“Assim nos contaram, assim nós contamos.” Podia ler-se no fim do documentário em que foi investigado um “Quilombo,” comunidade negra brasileira onde viviam escravos.
Para a professora Cristina Nobre “o contador de histórias ajuda a construir a narrativa. Não é só a memória, o poder do contador de histórias é o de transportar a narrativa” explicou. As histórias são espaços de mediação e vivências. O mundo está emerso nas narrativas” lembra a investigadora.
Para Luís Mourão “todos nós precisamos de histórias. E quando não temos, cada um conta a sua” explicou o dramaturgo, com o recente exemplo do que atualmente já se diz por aí sobre a nova epidemia do “corona vírus.”
Já perto do final, Patrícia Martins, adiantou sobre um recente trabalho seu no Bairro de Sá Carneiro nos Marrazes, que “as pessoas são bibliotecas vivas. As histórias transformam-nos mais a nós do que às comunidades.”
