Reportagem: PCP assinala 100 anos em Leiria com soluções para a defesa dos direitos do Povo

Marcado para as 15h, a Praça Goa Damão e Dio, junto à Caixa Geral de Depósitos, em Leiria, recebeu ao início da tarde deste sábado a manifestação que assinalou os 100 anos do Partido Comunista Português (PCP).

“Não há em Portugal força política que mais tenha lutado pela liberdade, pelos trabalhadores e direitos do povo que o PCP”, disse o leiriense José Augusto Esteves, membro da Comissão Central de Controlo do PCP, durante os vinte minutos em que discursou para os cerca de trinta militantes que vieram à comemoração.

Foto: José Augusto Esteves, membro da Comité Central do PCP / NL

De bandeira vermelha com a foice e o martelo, emprestada, vinda de uma pequena banca no largo, por várias vezes os defensores dos ideais comunistas, antes de a entregarem no final, interromperam o dirigente nacional com palmas e vivas ao partido agora centenário.

“PCP tem soluções pelos direitos do Povo”

“Mudou-se muita coisa, mas não se mudou a natureza do capitalismo.” Na curta manifestação que teve início às 15h e fim às 15h30, apontando também para contexto internacional, no seu discurso, o dirigente lembrou as desigualdades, contra o que o PCP luta, provocadas pela pressão do capitalismo em Portugal e no mundo, que existem ainda hoje no século XXI.

Foto: Centenário do PCP em Leiria / NL

“Do estrangeiro acenam-nos com a cenoura dos milhões. O PCP tem soluções pela defesa dos direitos do Povo e para continuar a lutar pelo país”, apontou José Augusto Esteves.

“A palavra mais alta que se diz é a linda palavra da Liberdade.” Citou Carlos Guerra, de um poema de Saramago, a abrir a sessão, na tarde de sol, com pouca gente na rua, poucos carros e o comércio fechado.

No pequeno largo, de pé, os simpatizantes do PCP assistiam no lugar previamente marcado no chão em frente ao pequeno microfone, virado para a estátua da Fonte Luminosa.

PCP é portador de projeto de futuro

“Sou reformado e mal pago! O PCP é um partido que mete respeito no aspeto ideológico” desabafou António Carvalho, de 74 anos. “Isto está muito mal, agora devido à pandemia.”

Na linha da frente da manifestação, o leiriense avançou ao Notícias de Leiria que “Hoje as expetativas são boas para o partido. Leiria é território do Partido Social Democrata. Eles têm medo de se meter connosco”, avisou.

Foto: Centenário do PCP em Leiria / NL

“Política, Economia, Sociedade e Cultura, são as quatro vertentes em que o PCP intervém e é portador de um projeto com futuro”, lembrou José Augusto Esteves.

Sobre o combate desumano à pandemia, o dirigente avisou o que tem sido praticado pelas grandes potências mundiais como o exemplo dos Estados Unidos ou do Brasil.

Álvaro Cunhal, Leiria, e 8 de março, dia da mulher

“Saudamos as mulheres portuguesas pela passagem do seu dia.” No seu discurso, o dirigente homenageou as mulheres e lembrou as lutas operárias, como o 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande, e a Revolta dos Falcões no Bombarral.

“Foram muitos os que pagaram com a prisão a defesa da Liberdade.” Augusto Esteves evocou também o camarada Álvaro Cunhal e as lutas “pela liquidação do fascismo e a conquista da revolução.”

100º aniversário assinalado em 100 lugares em Portugal

“Sempre com os trabalhadores e o Povo. Basta de exploração e injustiças, o futuro não pode esperar” podia ler-se na manchete de um panfleto de quatro páginas, alusivo ao centenário do Partido Comunista Português, com distribuição gratuita, na pequena banca onde também se encontrava também o livro que assinala os 100 ano do PCP, testemunhou o Notícias de Leiria.

O evento contou com a presença dos camaradas de Pombal, e passou por Leiria, Marinha Grande, Alcobaça, Caldas da Rainha e Peniche, marcado para as 15h deste sábado, dia 6 de março, e em simultâneo em 100 locais diferentes em Portugal.

Já depois de tocados os Hinos do Partido e do Nacional, os militantes entregaram as bandeiras com que vieram ovacionar o Partido Comunista Português, em tempo de confinamento e em estado de emergência, numa das principais praças no centro da cidade de Leiria.