Sociedade
Reportagem: Vacina contra covid-19 é sinal de esperança para os leirienses
“O perigo são as escolas. Ali perto de onde moro, na escola da Gândara, vejo-os aos beijos e abraços,” contou Manuel Espada.

Durante a passada semana, marcada pelo frio de janeiro e o início do segundo confinamento devido à pandemia, o Notícias de Leiria saiu à rua e falou com os leirienses sobre a nova vacina contra o o novo coronavírus e como avaliam o atual estado da liberdade.
“Com certeza. Vou-me vacinar. Acredito na ciência. Esta é mais uma vacina.” No parque da Almuinha Grande, junto ao rio Lis em Leiria, a zelar pela casinha dos patos, falámos com um homem que disse que ali a colocou no lago.
“Hoje a ciência está mais avançada”.
Reformado, de 62 anos, tratador dos patos, que preferiu o anonimato, adiantou que “Hoje a ciência está mais avançada. A vacina foi feita em tempo recorde. Não conheço ainda ninguém que tenha sido vacinado.”
Já no fim da pequena conversa sobre a liberdade, o leiriense afirmou que “as pessoas estavam habituadas a ter tudo e agora estranham.”
“Fui internado no hospital [de Leiria], em março, no dia em que deixou de haver visitas devido à covid-19”.
“Sim, por prevenção, vou-me vacinar. Já fui infetado com o vírus. Fui internado no hospital, em março, no dia em que deixou de haver visitas devido à covid-19, mas atualmente não conheço ninguém já vacinado,” afirmou Manuel Espada, de 59 anos, militar da GNR na reserva, a passear o cão no parque.
Foto: Manuel Espada / NL
“O perigo são as escolas. Ali perto de onde moro, na escola da Gândara, vejo-os aos beijos e abraços,” avançou Manuel Espada.
“Nas escolas e nos supermercados de Leiria há abusos e ajuntamentos e quando vier o calor também vai ser na praia. Há grupos de pessoas que não respeitam nada, quando vier o calor é tudo a monte” sublinhou o militar sobre a liberdade.
“A minha sobrinha e nora já se vacinaram porque trabalham no hospital de Leiria, e está tudo normal com elas.”
Ainda ali perto, junto às casas de banho do parque, Luís Fernandes, 73 anos, de Leiria, reformado da indústria, disse ao Notícias de Leiria que “sim, quando chegar a minha vez vou-me vacinar, isto se lá chegar! Posso morrer antes. A minha sobrinha e nora já se vacinaram porque trabalham no hospital de Leiria, e está tudo normal com elas.”
Foto: Luís Fernandes / NL
Para Luís Fernandes, a liberdade e a doença são difíceis de avaliar, “nenhum de nós tem a certeza de nada,” aludiu o reformado. “A vida vai ficar condicionada. Há coisas bem piores e está tudo a trabalhar. Uns têm privilégios e outros não” avisou.
“Estou vacinada. Não sinto nada de anormal,” disse uma mulher que não se quis identificar, ao nosso jornal, ainda no parque da Almuinha Grande, já na sexta-feira, dia 15 de janeiro, no 1º dia do segundo confinamento, desde que iniciou a pandemia.
Na manhã fria e de sol, a senhora que diz ter sido vacinada em França, natural de Monte Real, é emigrante e veio a Leiria passar uns dias com o marido, disse ao NL que se vacinou com as colegas de trabalho, e por ter já mais de cinquenta anos de idade.
“Temos de ser uns para os outros. Não sinto falta de liberdade. A gente pensa que amanhã vai ser melhor,” desabafou a senhora de 54 anos a trabalhar num hospital em França.
“É a vida que está em jogo”.
Naturais do Brasil, António Américo, de 60 anos e Fátima Sousa de 52, a viver há três meses em Leiria, disseram ao Notícias de Leiria que só conhecem a vacina pela televisão. “Em Portugal as atitudes do governo estão corretas. É a vida que está em jogo. No Brasil em todo o lugar é medida a temperatura, em Portugal as escolas deviam também de estar fechadas, deviam estar em lock down durante quinze dias”, sugeriram os brasileiros.
Na semana em que o termómetro desceu abaixo de zero durante a noite, e se iniciou o confinamento, esta sexta feira, este foi um dia em que não se notou muita diferença no trânsito automóvel nas principais avenidas. O sol ajudou a aquecer o dia frio e apesar das notícias do agravamento diário da pandemia, a vida na cidade do Lis, e os passeios no parque, eram de aparente normalidade.

-
Sociedadehá 2 dias
Manuel e Susana casaram-se no Hospital de Leiria
-
Desportohá 1 dia
UD Leiria apurada para a fase de subida à II Liga
-
Sociedadehá 1 dia
Reportagem: PCP assinala 100 anos em Leiria com soluções para a defesa dos direitos do Povo
-
Sociedadehá 13 horas
PS Leiria também exige “demissão imediata” de Pedro Machado da presidência da Turismo Centro