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Ricardo Vicente: Cem dias no Parlamento a lutar pela saúde e pelas florestas

“O distrito de Leiria, como o país, necessita de novas políticas florestais para responder à emergência climática mas também para suportar as economias locais”, diz Ricardo Vicente.

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Ricardo Vicente Bloco de Esquerda
Foto: Facebook Ricardo Vicente

Ricardo Silva Vicente, de 36 anos, foi eleito deputado da Assembleia da República a 6 de outubro de 2019. Quase 21 mil leirienses votaram no Bloco de Esquerda, levando o engenheiro agrónomo a mudar o seu local de trabalho para a Rua de S. Bento, em Lisboa.

A primeira sessão plenária da XIV Legislatura aconteceu há cem dias. Estreante na função de deputado da AR, Ricardo Vicente conta ao Notícias de Leiria, que os primeiros dias de trabalho foram de muita aprendizagem. “Conhecer os cantos à casa, os funcionários da Assembleia e os diversos serviços, conhecer o Regimento e dividir responsabilidades entre os diversos membros do Grupo Parlamentar.”

Ricardo Vicente Manifestacao

Foto: Facebook Ricardo Vicente

Em Lisboa, confessa que a adaptação às novas funções tem “corrido bem e tem sido muito gratificante, pois tenho tido a oportunidade de conhecer muitas pessoas”. Já de Leiria sente a falta da “maior proximidade com os amigos e com a população, pois agora tenho menos tempo para o contacto direto, apesar de dedicar quase todas as segundas feiras ao trabalho local no distrito”.

“800 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde.”

Do Orçamento de Estado para 2020, aprovado no dia 14 de dezembro de 2019, destaca os “800 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde, combatendo desta forma a suborçamentação, que no distrito de Leiria é premente”.

Contudo, considera tratar-se de um valor ainda insuficiente, daí que o Bloco de Esquerda tenha proposto um reforço de 180 milhões de euros “destinados a que se possam comprar equipamentos para internalizar respostas que agora são contratualizadas com privados.”

OE2020 não concretiza a aplicação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Sobre o combate aos incêndios florestais, o deputado Ricardo Vicente classifica ao Notícias de Leiria de “incompreensível que este Orçamento nada concretize para a aplicação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, pois o Governo atrasou a produção do seu plano de ação”.

“Para garantir a transição ecológica agroflorestal, o Bloco propõe a criação de viveiros públicos para multiplicação de espécies autóctones e campos de ensaio públicos com cobertura nacional”, explica o Engenheiro Agrónomo. Propostas que poderiam “beneficiar o distrito de Leiria para reconstruir áreas ardidas e garantir maior resiliência aos fogos”, conclui Ricardo Vicente.

Abertura do Aeroporto de Monte Real ao tráfego civil não é prioridade.

Quanto à abertura do Aeroporto de Monte Real ao tráfego civil para o partido não é uma prioridade, “sem garantir primeiro a requalificação e fortalecimento do transporte ferroviário, que é a forma mais sustentável de garantir a mobilidade da população e que terá utilidade para muito mais gente do que o aeroporto”.

BE opõe-se à prospeção e produção de petróleo e gás na Bajouca.

Outra preocupação do partido em questões locais é a prospeção de gás natural, pela Australis, na Bajouca. Ricardo Vicente explica que o “Bloco opõe-se à prospeção e produção de petróleo e gás na região desde o primeiro dia em que o Governo PSD/CDS permitiu a celebração destes contratos”.

Ricardo-Vicente-Cartaz-Clima

Foto: Facebook Ricardo Vicente

Promete que, embora o BE já tenha apresentado Projetos Resolução na Assembleia da República que recomendavam ao Governo o cancelamento dos contratos, que foram chumbados com a abstenção do PSD e os votos contra do PS, CDS e PCP, irá “insistir na proposta”, conclui.

Com 36 anos, completados no dia 30 de janeiro, afirma que como deputado conhece “bem as necessidades do distrito de Leiria e a realidade agroflorestal do país, setor onde assumo especiais responsabilidades políticas pelo Bloco de Esquerda. O distrito de Leiria, como o país, necessita de novas políticas florestais para responder à emergência climática mas também para suportar as economias locais”.

Quanto ao dia a dia na Assembleia da República explica que é “muito diversificado”. “Todas as segundas feiras estou em contacto com a população e a trabalhar sobre assuntos locais. Às terças e quartas feiras de manhã reúnem as várias Comissões. Às quartas, quintas e sextas reúnem os Plenários e pelo meio ainda acontecem as reuniões do Grupo Parlamentar e de vários Grupos de Trabalho.

“Sobra pouco tempo para dedicar ao lazer e à vida familiar.”

Confessa ao nosso jornal que “Não há horários fixos e a vida de um deputado do Bloco é bastante exigente, em especial em distritos onde só temos um eleito, sobrando pouco tempo para dedicar ao lazer e à vida familiar”.

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