Sociedade
Três manifestantes impediram abate de árvore com 300 anos na Figueira da Foz
Uma mulher manifestante respondeu que a árvore “está viva” e que “não tem medo que ela caia”.

Três manifestantes sentados num freixo classificado com cerca de 300 anos, na Figueira da Foz, impediram, ao longo desta manhã de quarta-feira, o abate da árvore, que está em perigo de queda, segundo a agência Lusa que esteve no local.
As três pessoas, duas mulheres e um homem, subiram à árvore pouco depois das 08:00 e perto das 12:00 mantinham-se no local, já depois de identificados pela PSP.
Argumentaram que só saem se o presidente do município ali se deslocar para falar com eles, sobre a decisão de abater o freixo, classificado como de interesse público.
Cerca das 10:00, a Câmara Municipal – que tinha anunciado para hoje a operação de abate, com corte ao trânsito das ruas circundantes ao chamado Páteo de Santo António – deslocou para o local uma dezena de funcionários e técnicos e maquinaria pesada.
Estes meios continuam parados nas imediações do freixo, que está dentro de um perímetro de segurança, rodeado por uma rede separadora, no interior da qual se mantêm sete pessoas, três das quais em cima da árvore.
Pouco depois das 11:00, um agente da PSP abordou os três contestatários, começando por afirmar que a árvore não iria ser abatida hoje. Informação desmentida pelos meios técnicos presentes – uma viatura com braço telescópico, uma retroescavadora e um camião, para além dos referidos funcionários.
Os manifestantes agradeceram a “preocupação” da PSP, mas alegaram que a sua segurança “não está em causa” e que as grades que rodeiam o freixo não possuem “qualquer aviso de perigo de queda” ou proibição de transpor a proteção.
À Lusa, o presidente da autarquia da Figueira da Foz, Carlos Monteiro (PS), relembrou que a decisão de cortar o freixo está “devidamente sustentada” por pareceres e avaliações técnicas – o último dos quais recomendava o abate por “risco severo de fratura”- e mereceu a concordância do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Carlos Monteiro remeteu para a PSP a resolução do protesto, frisando que cabe às autoridades policiais “tomarem uma decisão” e permitirem o trabalho dos meios camarários.
