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Tribunal de Leiria vai julgar 79 arguidos por venda de ténis contrafeitos

O processo tem mais de mil páginas e mais de mil testemunhas.

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Ténis brancos
Foto: Pixabay

O Tribunal Judicial de Leiria vai começar a julgar em fevereiro 79 arguidos, entre os quais dois funcionários dos CTT, suspeitos de burla qualificada, corrupção ativa e passiva e associação criminosa num esquema de venda de ténis ‘online’.

O julgamento, que está agendado para o dia 03 de fevereiro, na sala principal do Tribunal de Leiria, vai sentar no banco dos réus 79 pessoas acusadas também dos crimes de branqueamento de capitais, falsificação de documentos, venda e circulação ou ocultação de produtos e artigos.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, no início de 2014 dois arguidos criaram páginas em várias redes sociais em que promoviam e anunciavam a venda de ténis das mais diversas marcas, a preço de saldo e/ou ‘outlet’, afirmando ser calçado importado e de coleções mais antigas e, por isso, mais barato do que nas lojas originais das marcas.

Como o volume de encomendas começou a aumentar, juntaram-se aos outros arguidos para fazer face às encomendas.

As tarefas, que os arguidos terão realizado em conjugação de esforços, combinados entre si segundo uma estrutura organizada com atribuições definidas, incluíam adquirir bens, armazenar produtos, tratar das encomendas, publicitar/difundir bens nas páginas da internet, contactar os possíveis clientes, embalar produtos, criar apartados postais e levantar vales postais em locais circundantes da sua zona de residência, nomeadamente em Alcobaça, Amor, Batalha, Leiria, Marrazes, Marinha Grande, Maceira, Monte Real, Monte Redondo, Meirinhas, Pombal e Porto de Mós, no distrito de Leiria, e Minde e Ourém, no distrito de Santarém.

No entanto, tendo em conta que o volume das encomendas passou a “mais de 500 por dia”, os arguidos “deixaram de conseguir cumprir com o envio de réplicas dos ténis e combinaram entre si enviar qualquer coisa, passando então a enviar ténis de marca branca, chinelos e outros objetos que nada tinham sequer a ver com as encomendas efetuadas”.

As encomendas eram sempre remetidas dentro de caixas de ténis para que, quando recebidas, os lesados pensassem conter os ténis que tinham encomendado, pagassem e só depois se apercebessem do conteúdo.

Com este esquema, foi criado um prejuízo patrimonial às vítimas superior a três milhões de euros.

Treze dos 79 arguidos estão em prisão preventiva e dois com obrigação de permanência na habitação.

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