Cinema
Uma chávena de chocolate quente – Mulherzinhas
“A narrativa não linear é o maior destaque e o que distingue a longa-metragem do livro e das versões anteriores”.

Título: Mulherzinhas
Realização: Greta Gerwig
Ano: 2019
Classificação IMDB: 8.1
Mulherzinhas é como uma chávena de chocolate quente: familiar e reconfortante. Para os fãs do livro, é com grande entusiasmo que se dá as boas-vindas a uma nova adaptação da obra intemporal de Louisa May Alcott, uma história tão próxima dos nossos corações, interpretada pelos talentos da nova geração, como Saoirse Ronan que dá vida e paixão a Jo, Florence Pugh no papel da ambiciosa Amy e Timothée Chalamet como Laurie, o vizinho rico que quer aproveitar a vida e divertir-se.
Esta quarta adaptação da indústria norte-americana não se afasta muito do original. A narrativa não linear é o maior destaque e o que distingue a longa-metragem do livro e das versões anteriores. No entanto, é também o que torna o filme ocasionalmente repetitivo, intercalando momentos em que a ação não avança ao ritmo desejável, com outros em que não sobra tempo para apreciar as nuances da cena e as peculiaridades de cada personagem e interação.
Com seis nomeações, Mulherzinhas levou para casa apenas o merecido Óscar de Melhor Guarda-Roupa. Apesar de o prémio para Melhor Realizador estar especialmente bem entregue a Bong Joon Ho (Parasitas), a ausência de Greta Gerwig na lista dos indicados desta categoria foi muito sentida. Aliás, a falta de mulheres nomeadas nesta categoria originou críticas durante a cerimónia, algumas camufladas pelo sentido de humor dos apresentadores, outras nem tanto.
Quer fosse com Gerwig com Mulherzinhas, Lulu Wang com o emocionante filme A Despedida (The Farewell) ou Céline Sciamma com o deslumbrante Retrato de Uma Rapariga em Chamas (Portrait de la jeune fille en feu) – duas maravilhosas e empolgantes longas-metragens sem qualquer nomeação – a categoria ficaria bastante mais completa e interessante.
Veja aqui o trailer:
