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Sociedade

Uso de pesticidas junto a captações de água preocupa comissão cívica das Caldas da Rainha

A “excessiva concentração de campos agrícolas, plantações de bacelos e estufas” preocupa ainda a população com uma possível escassez de água no verão.

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Rio ribeira água
Foto: Linha de água / Pixabay

A Comissão de Defesa das Linhas de Águas alertou hoje para a excessiva concentração de explorações agrícolas em duas localidades das Caldas da Rainha, cujos pesticidas temem poder contaminar as captações de água da rede pública do concelho.

Em causa está “a concentração de hectares e hectares de explorações agrícolas nas localidades da Serra do Bouro e do Campo, com um uso intensivo de pesticidas que podem levar ao envenenamento dos lençóis freáticos e contaminar as captações de água da autarquia”, afirmou o porta-voz da Comissão Cívica de Proteção das Linhas de água e Ambiente das Caldas da Rainha, Vítor Dinis.

O alerta divulgado hoje em conferência de imprensa tem por base “numerosas queixas de moradores” daquelas duas localidades do concelho das Caldas da Rainha, “preocupadas com a proximidade das explorações a um conjunto de furos de captação de água para a rede pública”, explicou o mesmo responsável.

A “excessiva concentração de campos agrícolas, plantações de bacelos e estufas” na zona levanta ainda “uma preocupação acrescida pelos facto de muitas explorações terem feito furos de água para rega das culturas”, o que, segundo Vitor Dinis, se traduz, “num consumo de milhões de metros cúbicos de água para regas, podendo, sobretudo nos período de verão, provocar falta de água para o abastecimento às populações”.

A comissão entende ainda que o “aproveitamento agrícola de muitos hectares de solo” naquelas duas localidades foi conseguido “à custa do corte de muitos hectares de pinheiros e eucaliptos, numa zona que era considerada um pulmão do concelho, e que farão falta em termos de purificação do ar”.

Preocupações expressas numa exposição feita à Câmara das Caldas da Rainha, em que a comissão questiona, por um lado, se a autarquia tem conhecimento “do excesso de explorações e de furos de água na zona”, bem como se os mesmo “estão devidamente licenciados” e se “não colocam em causa o fornecimento de água da rede pública no futuro”.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, a comissão questiona ainda sobre o eventual perigo para a saúde pública, “por envenenamento” devido à “aplicação de excessivos produtos tóxicos e fertilizantes, que se infiltram facilmente no subsolo”, dado tratar-se de “terrenos arenosos”.

Na sequência das questões colocadas, a Câmara das Caldas da Rainha informou a comissão que deliberou, por unanimidade, em novembro, solicitar à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), informação sobre o número de furos licenciados para utilização de água em atividades agrícolas e quais os locais de maior concentração dos mesmos.

A comissão “vai reforçar” esta iniciativa da Câmara “com um pedido à APA para que, quer este organismo quer os responsáveis pelo licenciamento das explorações atuem no sentido de proteger as linhas de água, o ambiente e as populações daqueles lugares”, concluiu Vítor Dinis.

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